terça-feira, 27 de agosto de 2013

Aventuras e desventuras num fim-de-semana prolongado

Tivemos por aqui muito recentemente um fim-de-semana de 4 dias: terca-feira 20 de Agosto foi o dia nacional (dia em que o S. Estevao, o primeiro rei húngaro, foi canonizado pelo papa em 1083) e o governo húngaro decidiu “oferecer” a segunda-feira também como dia feriado. Resolvi aproveitar esses dias para sair do país e ir visitar a minha amiga R. que vive em Graz (na vizinha Áustria) e usufruir do facto de haver comboio directo entre as nossas cidades (que demora 5 horas e 40 minutos... tempo suficiente para ler um livrinho!).

Depois de uma primeira tentativa falhada de apanhar o comboio no sábado a tarde (achava que o comboio era as 17:00 e afinal tinha já partido as 16:00...), lá parti no domingo de manhazinha, o que me permitiu descobrir que o metro de Budapeste está em funcionamento todos os dias a partir das 4:30!! Haveria talvez outras formas mais confortáveis de descobrir este facto...

O tempo que passei em Graz foi muito bem aproveitado: dois dias, dois Eiskaffee; alguns Manner; uma visita a um museu ao ar livre que permite aos visitantes verem e descobrirem casas típicas das várias regioes da Áustria, mostrando diversas profissoes e representando várias épocas (desde o século XVII); muitas palavras de alemao faladas e ouvidas; e claro, sempre um grande prazer rever a minha amiga R. e família :)

(Graz)

(Museu ao ar livre de Stubing)


O regresso a Budapeste na terca-feira de manha ainda me permitiu assistir a um fantástico fogo-de-artifício sobre o Danúbio nessa noite: foi extraordinário fazer parte de uma multidao de pessoas que nas margens do rio assistiram a 30 minutos de muita luz, explosoes, acompanhados por música e cheiro a pipocas dos foguetes!


E lembram-se da segunda-feira “oferecida” como feriado? Pois, para compensar esse dia tivemos de trabalhar no Sábado seguinte (mas muita gente acaba por tirar esse dia de férias). Afinal nao há mesmo almocos grátis!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

E como é viver num país onde nao se percebe a língua?



Desde que saí de Portugal que já me tinha perguntado várias vezes como seria viver num país onde nao percebesse a língua. No Reino Unido tudo era (relativamente) fácil: apesar das várias pronúncias, as pessoas que me rodeavam falavam inglés, os anúncios eram em ingles, os produtos do supermercado tinham rótulos que eu percebia (e ainda assim, de vez em quando nao sabia muito bem o que estava a comprar ou nao conseguia encontrar os produtos que queria comprar).

Na Hungria, tudo é um pouco mais difícil. Ao entrar no país a primeira percepcao é que a língua é muito estranha, nao se parece com nada (e inicialmente soava-me a uma língua asiática). Na verdade, o húngaro é uma língua fino-úgrica que nao pertence ao grupo das línguas indo-europeias (que inclui a maioria dos idiomas falados na Europa, e nao só...). No idioma húngaro as palavras sao na sua grande maioria muito diferentes das línguas que eu conheco (e ja sao algumas...).Um exemplo prático: “restaurante” diz-se de uma forma muito semelhante em ingles, espanhol, frances, alemao... pois em húngaro é “étterem”. E esta, ein? :) 

Por isso as minhas visitas ao supermercados sao por vezes acompanhadas de telefonemas a amigas para me ajudarem a perceber como encontrar fermento em pó, fotografias das prateleiras para poder perguntar depois quais as diferencas entre as várias farinhas e muitas pesquisas no dicionario que tenho no meu telefone :D Recentemente queixei-me a amigos da manteiga húngara, achava-a com pouco sabor, mas ao ter aprendido que manteiga é “vaj” (pronuncia-se “vói”), apercebi-me que tenho andado a ser injusta! Só me falta perceber agora o que andava eu a comprar...

Há outras tarefas que normalmente sao simples e por aqui se tornam um pouco mais complicadas: como activar um cartao através de uma de duas opcoes: ir a um site que está apenas em húngaro ou ligar para um número de telefone onde nos atende uma gravacao em húngaro? Solucao muito simples: pedir ajuda aos colegas!!

Pela rua e em sítios públicos os gestos e a entoacao do discurso das pessoas, assim como as reaccoes dos outros normalmente tb ajuda a perceber quais as suas intencoes: querem que eu caminhe no passeio; querem que em pague xxxx (e espreito no visor da caixa); chegou a minha vez; querem que eu mostre o passe; o metro está com um problema mas está a ser resolvido (o anúncio nao é o habitual na hora de fechar as portas e os outros passageiros mantem-se dentro das carruagens)....

No escritório estou inserida numa equipa relativamente internacional: cerca de 1/3 das pessoas nao sao húngaras, o que significa que se fala bastante em ingles e todas as comunicacoes e reunioes sao em ingles. Mas quando se ouve húngaro a verdade é que nao incomoda nada – qualquer que seja o tópico que esteja a ser debatido nao me desconcentra minimamente! :)

 Mas comecei há 2 meses a aprender a língua e devagarinho, devagarinho vou comecando a perceber algumas palavras e a alargar o vocabulário do básico olá, bom dia, obrigada. É o meu desafio actual!

Viszlát!

sábado, 10 de agosto de 2013

Novas paisagens

Este blog tem andado muito abandonado e entretanto a minha localizacao também mudou... Estou agora por Budapeste, a (tentar) apreciar este Verao (quente!) no centro da Europa! Aproveitei agora para actualizar o nome do blog, mas espero regressar em breve para relatar algumas experiencias já vividas por aqui. Até já!